O encontro ocorreu no dia 13 de janeiro, na Cidade administrativa.
Texto: Sinfazfisco, Movimento Teletrabalho MG e Jhyenne Gomes.
No último dia 13, representantes do Movimento Teletrabalho MG, composto por 20 entidades sindicais, se reuniram com a Secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto; a Assessora-Chefe de Relações Sindicais do Estado, Helga Beatriz, e a Chefe de Gabinete, Sílvia Caroline Listgarten Dias, para discutirem sobre as mudanças no regime de teletrabalho dos servidores públicos estaduais.
O Sindsema esteve presente na reunião, representado pelo presidente Wallace Alves, junto de Lucimara Ribeiro Pereira, liderança do Movimento Teletrabalho MG, Marcelo Delão, presidente do Sinfazfisco-MG; Núbia Dias, diretora do Sindsaúde; Denise Romano, coordenadora geral do Sind-UTE; Hudson Bispo, coordenador do Sindpúblicos; e Thiago Ribeiro, presidente do Sindesp.

Na oportunidade, os integrantes do Movimento destacaram os resultados positivos do teletrabalho, tais como o aumento de produtividade e a entrega de melhores resultados; a melhoria na qualidade de vida dos servidores e servidoras, o que resultou na redução de afastamentos e licenças médicas; e a economia com aluguel, água, luz e materiais de escritório, entre outros, que tem gerado uma significativa redução de custos aos cofres do Estado.
Destacou-se ainda as péssimas qualidades de trabalho ligados à infraestrutura e insumos, como a falta de materiais adequados, equipamentos obsoletos e espaços físicos com infraestrutura precária, fatores esses que impactam diretamente no desenvolvimento dos profissionais. Além disso, a melhoria na mobilidade urbana e a diminuição do impacto ambiental, também foram ressaltados.
Ademais, foi enfatizado aos representantes do governo sobre a não participação ou consulta aos servidores e sindicatos nas discussões sobre o futuro do trabalho remoto, considerando que são eles que conhecem a realidade do trabalho dos servidores na ponta.









Em resposta às colocações e questionamentos, a secretária Luísa Barreto se comprometeu a considerar a opinião dos sindicatos nas futuras decisões e afirmou que o governo de Minas não tem a intenção de extinguir a modalidade de teletrabalho. Explicou ainda que a decisão de aumentar o período presencial para 3 dias foi tomada com o objetivo de promover uma maior integração entre as equipes e que o governo irá monitorar os resultados da mudança para 3 dias presenciais, sendo esse novo formato testado durante um período de adaptação, a fim de avaliar os impactos e a viabilidade da mudança.
Essa justificativa causou estranheza aos integrantes do movimento, uma vez que foi no governo de Romeu Zema que deixaram de investir, desde 2019, em formações e encontros presenciais entre os servidores, o que anteriormente ocorria ao menos uma vez ao ano. Na contramão, relatos que temos recebido é de que após o retorno ao trabalho presencial, tem sido comum o comparecimento à unidade de trabalho para passarem o dia participando de reuniões on-line com agentes externos e de outros setores.
Na avaliação das representações e lideranças sindicais, a alteração no regime de teletrabalho segue injustificada, tendo em vista a falta de cabimento deste único argumento trazido pelo governo, acima relatado. Durante a reunião, não foi apresentado qualquer levantamento de números e projeções, tanto no que diz respeito à eficiência quanto à economicidade do teletrabalho, já em curso há nada menos do que cinco anos. É, no mínimo, estranho que o governo não ofereça esses dados para fundamentar uma decisão dessa magnitude, um retrocesso com repercussão direta na vida de milhares de servidores, e que indiretamente atinge milhões de mineiros que usufruem do serviço que prestamos.
Na terça-feira (14), os membros que representaram o Movimento Teletrabalho MG na reunião com o governo realizaram uma live, transmitida pelo Youtube, para que fosse feito o repasse da reunião, somado à análise política dos mesmos. Confira alguns destaques:
Guerrilha Digital
Também no dia 13, como forma de chamar a atenção dos governantes para a importância do tema a ser debatido, foi realizada uma mobilização online envolvendo milhares de servidores e servidoras, que ao longo do dia expressaram seu descontentamento e suas demandas nas redes sociais do governo. A iniciativa foi notada pelo governo, realizando esforços para responder às incontáveis manifestações.
O Movimento entende que essa primeira Guerrilha foi potente, sobretudo pelo ineditismo da ação e os aprendizados inerentes, e que precisamos retomar esse modelo de ação ainda mais organizada e com maior engajamento.
O Movimento Teletrabalho MG
O “Movimento Teletrabalho MG”, é uma iniciativa auto organizado composta por 20 sindicatos de diversas áreas de atuação, que se reuniram para questionar o retrocesso no regime de teletrabalho e buscar soluções.
O movimento surgiu a partir do entendimento de que a alteração no regime de teletrabalho foi mais uma decisão sem embasamento técnico do governador Romeu Zema. Desde então, tem crescido nas redes sociais ao compartilhar informações de interesse dos servidores e servidoras, bem como de toda a população mineira. Em seu perfil, é possível encontrar discussões técnicas, dados sobre o teletrabalho, relatos de servidores e debates sobre os benefícios do teletrabalho tanto para os servidores quanto para a população em geral.
Para saber mais, acompanhe nas redes sociais: instagram.com/movimentateletrabalhomg
Deixe um comentário