Órgão alega que alterações deixaram o texto menos rígido quanto a segurança das estruturas. O projeto pode ser votado ainda esta semana.
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O Ministério Público de Minas Gerais é contra o texto sobre segurança em barragens que tramita na Assembleia Legislativa e que deve ir a plenário ainda nesta semana. Para o órgão, ele não é tão rígido quanto o projeto de iniciativa popular, chamado de “Mar de Lama Nunca Mais”.
O projeto de lei 3.676, de 2016, foi feito pela Comissão Extraordinária de Barragens, criada pela ALMG após o desastre de Mariana. Na época, o texto proposto pela sociedade civil foi absorvido por um substitutivo, apresentado pelo então relator João Vitor Xavier (PSDB). No dia nove de julho de 2018, o parecer foi rejeitado pelos deputados Gil Pereira (PP), Tadeu Martins Leite (MDB) e Thiago Cota (MDB) pela Comissão de Minas e Energia. Todos os parlamentares foram reeleitos nesta legislatura.
![Bento Rodrigues — Foto: Alexandre Nascimento/G1 Bento Rodrigues — Foto: Alexandre Nascimento/G1](https://s2.glbimg.com/241XNElViv0yIEGLwGyrm-l49qY=/0x0:1280x720/984x0/smart/filters:strip_icc()/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2015/12/10/1.jpg)
Agora, um novo substitutivo foi anexado ao projeto 3.676, mas para o MP, o texto é flexível quanto a segurança das barragens.
A retirada de obrigações relativas à fiscalização de barragens, ausência de participação popular na elaboração do parecer e extinção da norma que veda a concessão de licença ambiental para construção, instalação, ampliação ou alteamento de barragem quando identificada comunidade na zona de autossalvamento são algumas das críticas do órgão.
“A nossa preocupação é a aprovação de um projeto a ‘toque de caixa’, sem que haja um debate amplo com a sociedade”, disse a promotora Andressa Oliveira Lanchotti.
Entre as regras estipuladas no “Mar de Lama nunca mais” está a proibição de novas barragens com alteamento a montante; um raio de 10 quilômetros para zona de autosalvamento; e calção (seguro) por parte dos empreendimentos.
![Vista aérea da ponte ferroviária destruída pela passagem da lama após o rompimento da barragem em Brumadinho — Foto: Mauro Pimentel/AFP Vista aérea da ponte ferroviária destruída pela passagem da lama após o rompimento da barragem em Brumadinho — Foto: Mauro Pimentel/AFP](https://s2.glbimg.com/RdA6IYjCh8Ol7mL-RxO0aEt1HiQ=/0x0:2000x1317/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/u/c/B850bSRgaB6o8tk0w8hw/ponte-brumadinho.jpg)
“Nós buscamos a sustentabilidade real. Nós não somos contra a mineração de forma alguma. A atividade de mineração é fundamental para o estado de Minas Gerais. Só que nós estamos aqui insistindo na questão que há tecnologias mais modernas, de menor risco, de menor potencial de dano para a disposição dos rejeitos. É possível fazer mineração com menor risco para a sociedade e para o meio ambiente também”, concluiu Lanchotti.
O substitutivo criticado pelo MP será debatido em reunião extraordinária na ALMG convocada para esta terça-feira às 9h30 pelo relator do projeto João Magalhães (MDB). De acordo com ele, o texto prevê a proibição para o alteamento à montante nas barragens de rejeito, limitação da construção destas estruturas e obrigação da filtragem de resíduos