Associação dos Servidores responde ameaças de Bolsonaro sobre "ponta da praia": tomaremos medidas cabíveis

Associação dos Servidores responde ameaças de Bolsonaro sobre "ponta da praia": tomaremos medidas cabíveis

Fonte: Brasil 247

Em nota, a Associação dos Servidores Ambientais Federais, Ascema Nacional se posicionou diante das críticas de Jair Bolsonaro sobre licenciamento ambiental e das ameças aos servidores. “Ameaças às instituições como STF, à imprensa, aos servidores públicos, às populações tradicionais e a inoperância no enfrentamento de crimes ambientais não podem ser a tônica de um governo que se pretenda democrático”, diz a nota
3 de novembro de 2019.

Associação dos Servidores Ambientais Federais, Ascema Nacional, divulgou nota de repúdio no último sábado (02) às ameaças de Jair Bolsonaro contra os servidores. Posição da Ascema se refere às críticas de Bolsonaro sobre o licenciamento ambiental, quando ele, em uma live na última sexta-feira (1), usou de uma “gíria” da época da ditadura para ameaçar os servidores.

“O presidente Jair Bolsonaro agravou a pressão que os servidores públicos da área ambiental vêm sofrendo. Sobre a dificuldade do dono da Havan, Luciano Hang, conseguir uma licença ambiental para construção de uma loja da rede em Rio Grande (RS), na visão presidencial, os servidores atrapalham o progresso do país, segundo vídeo postado em suas redes sociais: ‘Eu tenho ascendência, porque os diretores, o presidente têm mandato, porque se não tivessem, eu cortava a cabeça mesmo. Quem quer atrapalhar o progresso vai atrapalhar na ponta da praia, aqui não'”, relatou a nota.

A Ascema Nacional afirmou que decidiu tomar as medidas cabíveis contra a declaração de Bolsonaro. “O presidente da República, nos obriga, com suas declarações, a rememorar o que foi aquele período obscuro do País, do qual ele e seus filhos têm tanta saudade. Ameaças às instituições como STF, à imprensa, aos servidores públicos, às populações tradicionais e a inoperância no enfrentamento de crimes ambientais não podem ser a tônica de um governo que se pretenda democrático. Diante da gravidade das declarações, a Ascema Nacional decidiu adotar todas as medidas cabíveis para coibir este tipo de atitude para proteger a integridade física dos servidores e a dignidade humana”.

“Ponta da praia”
“A ‘ponta da praia’ era o ‘apelido’ usado pelos militares para se referir à Base da Marinha do Brasil na Restinga de Marambaia/RJ, para onde eram encaminhados opositores do regime marcados para morrer. Era um centro de tortura de onde dificilmente se saía vivo. Muitos dos ‘desaparecidos’ da ditadura militar passaram por aquelas instalações”, explicou a nota.

A Associação dos Servidores Ambientais Federais, Ascema Nacional, adotará medidas cabíveisacerca da ameaça do Presidente da República contra os servidores, tanto no Brasil, como nos fóruns internacionais de Direitos Humanos.

Nota na íntegra:
Na última sexta-feira (1), o presidente Jair Bolsonaro agravou a pressão que os servidores públicos da área ambiental vêm sofrendo. Sobre a dificuldade do dono da Havan, Luciano Hang, conseguir uma licença ambiental para construção de uma loja da rede em Rio Grande (RS), na visão presidencial, os servidores atrapalham o progresso do país, segundo vídeo postado em suas redes sociais: “Eu tenho ascendência, porque os diretores, o presidente têm mandato, porque se não tivessem, eu cortava a cabeça mesmo. Quem quer atrapalhar o progresso vai atrapalhar na ponta da praia, aqui não.”

A ponta da praia era o apelido usado pelos militares para se referir à Base da Marinha do Brasil na Restinga de Marambaia/RJ, para onde eram encaminhados opositores do regime marcados para morrer. Era um centro de tortura de onde dificilmente se saía vivo. Muitos dos desaparecidos da ditadura militar passaram por aquelas instalações. O presidente da república, nos obriga, com suas declarações, a rememorar o que foi aquele período obscuro do País, do qual ele e seus filhos têm tanta saudade. Ameaças às instituições como STF, à imprensa, aos servidores públicos, às populações tradicionais e a inoperância no enfrentamento de crimes ambientais não podem ser a tônica de um governo que se pretenda democrático.

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