Kinross paga R$ 835 milhões em hidrelétricas da Gerdau

Kinross paga R$ 835 milhões em hidrelétricas da Gerdau

Usinas garantirão 70% do fornecimento ao Complexo de Paracatu

A mineradora produziu 359,9 mil onças de ouro em Paracatu em 2017/Divulgação

Leonardo Francia

A Kinross Brasil Mineração, subsidiária da canadense Kinross Gold Corporation, comprou duas hidrelétricas da Gerdau por R$ 835 milhões. As usinas, que juntas têm capacidade de 155 megawatts, ficam em Goiás, mas viabilizarão o fornecimento de 70% da energia necessária para a operação da mineradora no complexo de Paracatu, na região Noroeste de Minas. Além disso, a aquisição permitirá a economia de US$ 80 por onça de ouro produzida no ativo.

O negócio foi comunicado ao mercado pelas duas companhias ontem. Para a Gerdau, a venda das usinas representa “mais um passo importante dentro do plano de desinvestimentos”, como destacou, em nota, o diretor-presidente da siderúrgica, Gustavo Werneck. Considerando essa transação, o valor econômico dos desinvestimentos da Gerdau nos últimos quatro anos já alcança R$ 6 bilhões.

A Kinross, por sua vez, projeta assegurar cerca de 70% da necessidade de energia para as operações em Paracatu, além de uma redução de US$ 80 por onça de ouro produzida no ativo. Os 30% restantes da demanda de energia de Paracatu deverão continuar sendo atendidos por fornecedores terceirizados em contratos de compra de prazo fixo. A operação deve ser concluída de três a seis meses para cumprir aprovações regulatórias e outras condições prévias.

A Kinross prevê financiar a aquisição das usinas através de financiamento de aproximadamente US$ 200 milhões. As duas hidrelétricas são: Barra dos Coqueiros (90 megawatts) e Caçu (65 megawatts), ambas localizadas no rio Claro, em Goiás, a cerca de 660 quilômetros do complexo de Paracatu. As duas plantas estão em operação desde 2010 e as concessões operacionais de ambas expiram em 2037, cinco anos após a vida da mina de Paracatu terminar.

Produção – Em 2017, a produção do metal amarelo na mina de Paracatu caiu 25,5% em relação a 2016, devido à escassez de chuvas na região, o que prejudicou as atividades e chegou inclusive a provocar a paralisação de uma das plantas de beneficiamento da companhia no complexo.

A mineradora produziu 359,9 mil onças de ouro em Paracatu em 2017 contra 483 mil onças do metal em 2016, uma queda de 25,5%. A produção da Kinross no ativo do Estado respondeu por 22,1% de todo o metal produzido pela mineradora nas suas atividades nas Américas.

As vendas de ouro da companhia a partir da produção em Paracatu também caíram em 2017, quando foram vendidas 356,2 mil onças sobre 482,8 mil onças em 2016, uma redução de 26,3%.

A mineradora, que tem ações negociadas nas bolsas de valores de Toronto e Nova Iorque, atua, no Brasil, nas atividades de pesquisa e desenvolvimento mineral, mineração, beneficiamento e comercialização de ouro. A companhia é a maior produtora de ouro do País, responsável por cerca de 25% da produção nacional. A sede administrativa da empresa é na Capital e as operações de lavra se concentram na mina Morro do Ouro, em Paracatu.

Fonte: Diário do Comércio

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