Área perdida de floresta é de 7.900 km², contra 6.947 km² desmatados no mesmo período analisado anteriormente.
O desmatamento na Amazônia cresceu 13,7% entre agosto de 2017 e julho de 2018, de acordo com nota conjunta divulgada nesta sexta-feira (23) pelos ministérios do Meio Ambiente e Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. A área desmatada é de 7.900 km², contra 6.947 km² perdidos no mesmo período dos anos anteriores.
A taxa preliminar foi obtida pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ela é criada por meio de imagens de satélite que registram e quantificam as áreas desmatadas maiores que 6,25 hectares. O levantamento usa apenas dados de quando há remoção completa da cobertura florestal por corte raso.
O desmatamento registrado é o maior desde 2008, quando a área desmatada de floresta foi de 12.911 km².
Os estados do Pará, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas são os que têm a maior área de perda da floresta. O Acre é o estado onde mais cresceu o desmatamento: 82,9% em relação ao mesmo período analisado anteriormente.
O Observatório do Clima avalia que essa alta na taxa de desmatamento não é surpreendente, e “acontece apesar dos esforços do Ministério do Meio Ambiente de intensificar o combate aos crimes ambientais na Amazônia. É provavelmente fruto de uma série de circunstâncias climáticas e cambiais – o dólar alto eleva os preços dos produtos agrícolas e estimula a devastação”.
A organização também disse que “ao longo do último ano, o Palácio do Planalto e governos estaduais fizeram uma série de acenos à bancada ruralista, como a anistia à grilagem de terras, assinada pelo Presidente da República em julho de 2017 (pouco antes de começar a contagem dos dados de 2018)”.
Emissões em 2017
No ano passado, a taxa de emissões dos gases do efeito estufa caiu 2,3%. De acordo com Carlos Rittl, do Observatório do Clima, isso se deve à queda de 16% na taxa de desmatamento registrada entre agosto de 2016 e julho de 2017. A mudança no uso da terra, indicador ligado à perda das florestas, é a principal causa para uma alta das emissões brasileiras.
“A principal fonte das emissões, historicamente aqui no Brasil, ainda é o desmatamento, principalmente na Amazônia. Mas não é pequena a contribuição do desmatamento no Cerrado, onde a gente destrói mais floresta do que na Amazônia”, disse Rittl.
Como neste periodo entre 2017 e 2018 o desmatamento voltou a crescer, Rittl acredita que a taxa de emissões também deverá subir neste ano. Os estados do Pará e Mato Grosso, além de serem os que mais desmatam, são os que mais emitem gases do efeito estufa. O dado comprova a relação entre os dois indicadores ambientais.
“Embora tenhamos que avaliar cada setor, e dados consolidados para cada um, definitivamente terão aumentado [as emissões em 2018]. E isso ainda não inclui o grosso do período eleitoral, de agosto pra cá. Estamos em curva de ascensão perigosa de desmatamento e emissões”, completou Rittl.
![Emissoes de gases do efeito estufa por estado do Brasil em 2017 â Foto: Alexandre Mauro/G1](https://s2.glbimg.com/qUg9fqO3jHMEULtNaFqhUfsO0p8=/0x0:1600x1900/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/t/q/QgsNBUR66kBQggHLHZEA/emissoes-por-estado-no-brasil.png)