Força Nacional fará segurança de fiscais, anuncia ministério do Meio Ambiente após ataques

Força Nacional fará segurança de fiscais, anuncia ministério do Meio Ambiente após ataques

Equipes do Instituto Chico Mendes foram atacadas durante fiscalização no Pará. De acordo com o ministro da pasta, Edson Duarte, portaria será publicada nesta quinta (25) no ‘Diário Oficial’.

O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte (centro), durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (24) — Foto: Gustavo Garcia/G1
O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte (centro), durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (24) — Foto: Gustavo Garcia/G1

 

O ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, informou nesta quarta-feira (24) que a Força Nacional de Segurança Pública passará a fazer a segurança de fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O anúncio acontece cinco dias após ataques a equipes de fiscalização do ICMBio que atuavam em uma operação contra o desmatamento na Floresta Nacional de Itaituba 2, no sudoeste do Pará.

Segundo o instituto, criminosos queimaram uma ponte, bloquearam acessos à mata e atiraram para o alto para intimidar agentes. Fiscais ficaram ilhados por cerca de 6 horas. Ninguém ficou ferido.

Ao anunciar a decisão, nesta quarta-feira, o ministro Edson Duarte disse que a pasta fez uma parceria com o Ministério da Segurança Pública e que, nesta quinta (25), será publicada uma portaria no “Diário Oficial da União” autorizando o emprego da Força Nacional.

O ministro não informou, contudo, quantos militares serão deslocados para a ação.

“Esta portaria vem neste momento para garantir as condições de atuação efetiva e rápida na relação entre os nossos agentes, o nosso planejamento, e o planejamento do Ministério da Segurança Pública. Esta portaria que será publicada amanhã vem para criar um canal direto de planejamento, porque as nossas respostas precisam ser rápidas, até para garantir a segurança dos nossos homens e a proteção do meio ambiente”, disse Duarte.

Segundo o presidente do ICMBio, Paulo Carneiro, a Polícia Militar do Pará, que fazia a segurança dos agentes, informou nesta terça-feira (23) que não vai renovar a equipe de 25 homens que auxiliava os 14 fiscais.

Conforme Carneiro, o período de atuação dessa equipe de policiais se encerra na próxima semana.

“A polícia estadual verificou que há um risco aos seus policiais, inclusive, já com ocorrência de morte de policial nos acompanhando, em emboscadas que sofremos, e um policial militar do Pará veio a óbito. Nós entendemos [que a Polícia Militar do Pará deveria reforçar e não retirar os homens], mas respeitamos a decisão da polícia. Respeitamos, mas nós precisamos continuar atuando”, afirmou o ministro do Meio Ambiente.

“Não vão nos intimidar”, acrescentou Edson Duarte.

De acordo com o ministro do Meio Ambiente, a portaria que será publicada nesta quinta terá validade de seis meses, prorrogáveis por mais 180 dias.

Na última segunda-feira (22), o Ministério do Meio Ambiente divulgou uma nota em que afirmava que já havia solicitado ao Ministério da Segurança Pública “providências urgentes para a identificação e punição dos autores”.

No documento, a pasta também disse que os ataques eram um atentado “contra a nação”.

“As pessoas que agem na legalidade não têm por que temer a ação da fiscalização. Por isso, o Ministério credita esses atentados àqueles que querem se perpetuar na ilegalidade, afrontando os órgãos ambientais”, afirmava a nota.

Ibama

A parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e a Força Nacional de Segurança não é novidade.

Atualmente, segundo o presidente em exercício do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Luciano Evaristo, 96 militares da Força Nacional já auxiliam na segurança de fiscais.

No último sábado (20), três carros do Ibama foram incendiados em Buritis, Rondônia, quando as equipes se preparavam para uma operação. A polícia local prendeu um suspeito.

Em julho de 2017, oito carros do Ibama foram queimados em Altamira, Sudoeste do Pará. Três meses depois, as sedes do Ibama e do Instituto Chico Mendes, em Humaitá, no Sul do Amazonas, foram incendiadas. A ação criminosa foi após uma operação de combate ao garimpo ilegal no Rio Madeira.

Período eleitoral

De acordo com o presidente do Ibama, os conflitos em florestas, entre fiscais e desmatadores, costumam aumentar no período eleitoral.

“Há um comprometimento da política local lá em dar um certo resguardo, um certo incentivo ao desmatador. Então, no período eleitoral, é um período de maior pressão. Em todos os anos de eleição, há um aumento da pressão”, afirmou Evaristo.

FONTE: G1

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